Para quem quer prosperar — e não apenas sobreviver no mercado —, dominar as técnicas de gestão financeira é indispensável
Veja 8 dicas para manter o fluxo de caixa saudável
Para quem quer prosperar — e não apenas sobreviver no mercado —, dominar as técnicas de gestão financeira é indispensável
A expressão “caixa” faz parte do cotidiano de todo comerciante ou pequeno empresário, que nada mais é do que as saídas e entradas de recursos, além da disponibilidade de capital de giro da empresa. Daí se entende a importância do fluxo de caixa para a gestão financeira do negócio. Ter completo conhecimento sobre isso é fundamental para não operar no vermelho, seja pela administração do fluxo, seja pelo planejamento das finanças, seja pelo acompanhamento de tudo o que influencia a performance econômica da companhia.
O ano de 2024 começou em um ambiente macroeconômico relativamente favorável, mas ainda exige cautela. O caminho em direção à performance se torna cada vez mais decisivo para as empresas que desejam não apenas se manterem vivas, mas também prosperar.
Diante disso, o boletim Expresso MEI traz algumas dicas importantes para os empresários manterem os fluxos de caixas fortalecidos.
• Parceria com fornecedores — renegociar vencimentos, termos e reajustes a fim de diminuir os custos dos produtos, impactando positivamente a margem de lucro.
• Redução do ciclo financeiro — reavaliar e reduzir os prazos de vendas fornecidos aos clientes, bem como otimizar os processos de compra, estoque e previsão de vendas para diminuir o prazo de cobertura. Em paralelo, renegocie o prazo de pagamentos com fornecedores. Isso vai otimizar a necessidade de capital de giro, fortalecendo o caixa da empresa.
• Vendas com margem — garantir que cada venda contribua positivamente para a margem de lucro, eliminando vendas e clientes com pouca lucratividade. Vender a qualquer custo, sem respeitar a margem de contribuição dos produtos, é mera ilusão. Crescer as vendas sem lucro é prejuízo.
• Eficiência de custos — reduzir os custos fixos e variáveis para impactar positivamente a margem de lucro da empresa. Eliminar custos não estratégicos e investir em atividades que promovam aumento de vendas com melhores margens.
• Estratégia cambial — proteger-se contra variações cambiais por meio de operações de hedge, travando o dólar. Trata-se de uma ferramenta muito interessante, principalmente, para os empresários que trabalham com importação nas operações.
• Atenção na liquidez da empresa — lucros contábeis não significam liquidez. Priorize a geração de caixa.
• Cautela com financiamento — evitar fazer dívidas para cobrir deficiências operacionais. Corrigir a operação.
• Investimentos — focar em investimentos de rápido retorno e que exijam menor capital investido. Negociar ativos não essenciais para liberar recursos e fortalecer o caixa da empresa.
Quer saber mais sobre como calcular o capital de giro? Baixe gratuitamente a tabela desenvolvida pelos especialistas da FecomercioSP aqui.
VENDAS
Gestão de relacionamento com clientes
Diante de um mercado cada vez mais competitivo, elaborar uma gestão de clientes com estratégia e eficiência pode ser considerado uma vantagem comparativa. Não à toa que temas como fidelização tem cada vez mais destaques no mundo dos negócios. Gerenciar clientes tem como finalidade organizar todas as informações de cada consumidor para potencializar a prospecção e maximizar as vendas.
Essa gestão deve fazer parte da estrutura organizacional da empresa tanto em momentos de dificuldade como de prosperidade, que pode ser feita por meio de um CRM (Costumer Relationship Management). As empresas que adotam essa ferramenta conseguem obter estratégias mais duradouras, mitigando os impactos em momentos mais difíceis, alcançando e fidelizando mais clientes e, consequentemente, melhorando os fluxos de caixa.
Operacionalmente, o gerenciamento de clientes sempre existiu, seja pelo modo tradicional e analógico — como uma agenda que organize as informações —, seja pelo modo digital, como a caixa de e-mails e o Excel (quando há informações em maior volume). Todavia, investir em CRM é se diferenciar por meio de uma relação mais próxima com os clientes para sempre surpreendê-los. É contar com sofisticados recursos tecnológicos em forma de software e ter a oportunidade de organizar de maneira mais eficiente todas as informações a respeito de cada consumidor. Para isso, é fundamental conhecê-lo, além das suas necessidades e preferências, assim como criar um canal aberto para o diálogo. Independentemente de fidelizar os antigos ou conquistar novos, em face de um cenário de dificuldade, o cliente tem ainda mais razão — o que torna ainda mais importante essa gestão. A análise correta das informações fornecidas pelo CRM ajuda o empresário a estabelecer metas de vendas, descobrir áreas com potencial de crescimento e identificar mercados ainda não explorados pelos concorrentes.
A gestão do cliente é organizada por áreas da empresa: Equipe de Vendas, Marketing e Suporte Operacional. A primeira tem o papel de conhecer os consumidor e transformá-lo em oportunidades de negócios para vendas de produtos ou serviços, manter o diálogo com os antigos e, mediante o gerenciamento de oportunidades, produzir dados de acordo com a projeção das metas. A segunda é responsável pelas campanhas publicitárias para prospectar os clientes, que, uma vez identificados, poderão ser registrados no sistema de dados. Já a terceira área tem a incumbência de controlar e compartilhar todas as solicitações que pertencem ao serviço prestado ao cliente.
O sistema de informações gera a base de todo o trabalho de identificação de novos negócios e da ampliação da base de consumidores, ajudando na gestão dos negócios, mostrando as oportunidades e contribuindo para as estratégias dos vendedores. A partir disso, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) elaborou dicas sobre gestão de relacionamento com clientes. Confira a seguir.
• Todas as informações são valiosas — O CRM precisa de todas as informações a respeito dos clientes: conteúdo das conversas, datas de visita, negociações sobre formas de pagamentos e prazos, se essas pessoas já são atendidas por concorrentes etc.
• Foco em mercados potenciais — Análises fornecidas pelo sistema auxiliam os vendedores a focar em negócios com mais potencial de sucesso. A perda de tempo com longas negociações pode ser resultado da falta de avaliações sobre a viabilidade daquela venda.
• Alimentação do sistema — Alimentar o sistema precisa fazer parte da rotina de todos os vendedores. Não volte para o modo analógico, como fazer anotações em cadernos ou lembretes. A informação deve estar contida no sistema e disponível a todos os setores envolvidos.
• Atenção com os registros — As informações submetidas no CRM subsidiam tanto as ações de marketing como a organização das operações em logística. Dessa forma, é importante que não aconteçam erros no processo dos registros.
• Competência dos vendedores — Os vendedores devem analisar, de maneira estratégica, o comportamento do cliente utilizando sempre os recursos do CRM. Para criar o perfil de cada um, é preciso avaliar produtos ou serviços, histórico de compras, fonte de captação, formas de pagamento e tempo de negociação.
• Agilidade nos processos — O CRM fornece mais agilidade aos vendedores. As reuniões ganham objetividade e é possível se concentrar mais na prospecção de vendas.
• Recuperação de vendas perdidas — As negociações que não se derivaram em vendas não podem ser deixadas de lado. Cada vendedor com base dos dados do CRM pode recuperar o contato com clientes antigos que, por algum motivo, não efetuaram a compra. O vendedor deve, antes de tudo, verificar o motivo. Por exemplo, se não houve venda por causa do prazo de pagamento, a empresa pode conceder novas opções.
• Relacionamento frequente — A palavra-chave é “fidelização”. O relacionamento com os clientes não acaba após a efetivação das vendas. O CRM auxilia o vendedor a cimentar o pós-venda, contribuindo para criar estratégias de acompanhamento do nível de satisfação dos clientes e de novas oportunidades de vendas.
A informação é uma das ferramentas mais importantes para os empresários na tomada de decisão. Oferecer soluções tecnológicas não é mais um diferencial, mas, sim, primordial para ser manter competitivo. Com isso, o empresário melhora a excelência operacional do negócio e diminui perdas.
PASSO A PASSO
Saiba tudo sobre a Declaração Anual do MEI
Até 31 de maio, todos os empreendedores individuais são obrigados a prestar contas das receitas do ano-calendário 2023
A Declaração Anual Simplificada para o Microempreendedor Individual (DASN-SIMEI), obrigatória a todos os Microempreendedores Individuais (MEIs), mesmo sem movimento, deve ser transmitida todo ano (até o último dia do mês de maio), com informações relativas ao MEI (CNPJ).
É importante conhecer todas as exigências da Receita Federal, nos meses que antecedem o prazo final do envio da declaração, para não deixar nenhuma informação de fora. Também é fundamental salientar que, desde 1º de janeiro, a DASN-Simei pode ser preenchida e enviada — então, não deixe para a última hora!
#1 O QUE DECLARAR?
O MEI deverá transmitir as informações relativas à receita bruta total de 2023 e se, durante esse período, teve empregado registrado ou não.
No portal do Simples Nacional, o empreendedor deve selecionar o ano-calendário que pretende declarar (para a declaração deste ano, a escolha é 2023).
Na escolha do ano declaratório, o MEI pode optar pelo modelo original, em que se faz a declaração normalmente (normal), ou informar o fechamento da empresa, caso o MEI queira informar a baixa (extinção); ou pelo formato de retificação para retratar DASN-Simei antigas (declaração retificadora).
CUIDADO! É importante se atentar à escolha do ano-calendário para realizar a declaração. Caso a primeira opção que venha a aparecer no sistema da Receita Federal seja de 2024, será declarado apenas no ano que vem. A menos que o empreendedor queira informar o fechamento da empresa, o MEI deve escolher a opção “ano-calendário 2023” para declarar as informações do ano passado. O MEI só deve transmitir a DASN-Simei no mesmo ano a que se refere a declaração em caso de extinção do CNPJ. Por exemplo, a declaração referente ao ano-calendário 2024 deve ser transmitida apenas a partir de janeiro de 2025, exceto se ocorrer a baixa do CNPJ ainda em 2024. |
#2 PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO
Após escolher o ano-calendário e o modelo declaratório, na próxima etapa será calculada a receita bruta total. Para isso, o MEI deve indicar os ganhos relativos a Comércio e Indústria (caso a empresa exerça essas atividades, incluindo receitas de transportes intermunicipal e interestadual e fornecimento de refeições) e aos serviços prestados (aqui, não se incluem transportes intermunicipal e interestadual, mas deve estar contidas receitas de locação e demais ganhos da atividade sem incidências de ICMS e ISS).
Caso o MEI apenas preste serviços e não trabalhe nos setores do Comércio e da Indústria, deve preencher apenas o espaço correspondente, deixando em “0,00” o outro quadro de receita. Ao fim do preenchimento, a receita brutal total aparecerá automaticamente. O empreendedor também deve informar se contratou (ou não) empregado no período.
#3 LIMITES PARA ENQUADRAMENTO
A receita brutal total declarada pelo MEI não pode ultrapassar o teto estabelecido pelo regime tributário, ou seja, R$ 81 mil anuais. Confira as regras a seguir.
Limite = R$ 81.000,00 (para MEI que não esteja no ano de início de atividade) ou R$ 6.750,00 multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o mês de início de atividade e o fim do respectivo ano-calendário (para MEI que esteja no ano de início de atividade).
Limite acrescido de 20% = R$ 97.200,00 (para MEI que não esteja no ano de início de atividade) ou R$ 8.100,00 multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o mês de início de atividade e o fim do respectivo ano-calendário (para MEI que esteja no ano de início de atividade).
Se a receita for superior ao limite em até 20%, a aplicação permitirá a transmissão da DASN-Simei, mas o valor que ultrapassar o limite será tributado pela regra geral do Simples Nacional como Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte sem acréscimos, caso seja pago até o mês de janeiro do ano seguinte. O valor devido será atualizado por multa e juros até a data da transmissão para pagamento por Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DASN-Simei) de excesso de receita.
Se houver ultrapassagem do teto do regime, o empreendedor precisa solicitar o desenquadramento como MEI e passará a recolher o imposto como Microempresa, com percentuais iniciais de 4%, 4,5% ou 6% sobre o faturamento do mês, de acordo com as atividades econômicas exercidas.
#4 MULTA
Os empreendedores que realizarem o pagamento da DASN-Simei em atraso ficam sujeitos ao pagamento de multa no valor mínimo de R$ 50. O boleto, gerado no momento da transmissão da declaração, pode ser impresso com o recibo de entrega da DASN-Simei. Os empreendedores que realizarem o pagamento da declaração em atraso poderão obter desconto de 50% caso seja feito em até 30 dias.
ATENÇÃO! Se o MEI não declarar a receita de 2023 por falta de faturamento, mesmo em atraso, haverá o risco de bloqueio do acesso às guias DAS. Isso implica a perda dos benefícios do INSS, como auxílio-doença e salário-maternidade, além do acréscimo no tempo de contribuição para se aposentar. Outro prejuízo é a impossibilidade de emitir notas fiscais, dificultando a prestação de serviços e a venda de produtos. Também ficará mais difícil solicitar alvarás, laudos e licenças a órgãos públicos, além de dificultar ainda mais a tomada de empréstimos e adesão aos programas de parcelamento de dívidas. Por fim, o MEI pode ter o seu CNPJ suspenso, e a dívida contraída com a Receita Federal será repassada ao CPF do empreendedor, o que vai gerar ações de cobranças pelo Fisco. |
PERGUNTE AO CONSULTOR
Como escolher a melhor opção de frete para o negócio?
Os custos com a entrega podem tornar as empresas menos competitivas; conheça as opções CIF e FOB e veja qual se encaixa melhor para o seu caso
A logística é uma parte essencial do sucesso de qualquer negócio, especialmente no comércio eletrônico, em que a escolha do método de envio influencia diretamente a experiência do cliente. Neste artigo, exploraremos as diferenças entre duas opções populares de frete: CIF (Cost, Insurance and Freight) e FOB (Free On Board), além de como decidir qual é a mais adequada para o seu empreendimento.
A logística desempenha um papel estratégico cada vez mais importante nas empresas. A entrega de produtos é um dos pontos cruciais da jornada de compra, por isso, problemas nessa etapa podem levar ao abandono de carrinho e à insatisfação do cliente. De acordo com estudos da Octadesk e do Opinion Box, 65% dos clientes abandonam o carrinho de compras em razão de custos de frete elevados, enqquanto 44% desistem de efetuar um pedido por causa de prazos longos de entrega.
Além disso, a qualidade do serviço desempenha um papel determinante na experiência do consumidor, o que está diretamente ligado à sua fidelização.
Frete CIF
No frete CIF, o vendedor assume todos os custos e riscos envolvidos na entrega do produto ao destinatário. Isso inclui custo do transporte, seguro e qualquer outra despesa relacionada. Essa modalidade é comumente utilizada em negócios B2C (business-to-consumer), em que a comodidade e a simplicidade da entrega são essenciais para a satisfação do cliente.
Ao optar pelo frete CIF, a loja virtual oferece praticidade ao consumidor, que não precisa se preocupar com a logística da compra. O rastreamento detalhado da entrega também é uma vantagem, permitindo que tanto o vendedor quanto o cliente acompanhem o progresso em tempo real.
Frete FOB
Por outro lado, no frete FOB, o vendedor é liberado das responsabilidades de entrega do produto. O comprador assume os custos e riscos de transporte a partir do momento em que o produto é despachado. Essa modalidade é frequentemente utilizada em negócios B2B (business-to-business), em que o comprador geralmente conta com parcerias com transportadoras de confiança — e, geralmente, quando se trata de cargas com alto valor agregado.
Embora o frete FOB possa exigir mais do comprador em termos de organização logística, oferece mais autonomia e flexibilidade na escolha das condições de envio. Além disso, os produtos podem ser mais baratos graças à exclusão do custo de frete do preço final.
Escolhendo entre CIF e FOB
Ao decidir entre frete CIF ou FOB, é importante considerar as necessidades específicas do próprio negócio e as expectativas do cliente. Quando falamos de um frete CIF, o vendedor deve pagar por este e pelo seguro das mercadorias, com a possibilidade de o custo ser repassado para o consumidor final. Para negócios voltados a esse consumidor, o frete CIF pode ser mais adequado, proporcionando uma experiência de compra simplificada e conveniente. Quanto aos tributos, o valor do frete CIF é agregado ao preço do produto, sendo considerado na base de cálculo de ICMS, IPI, PIS e Cofins.
Nas transações entre empresas, como é o caso de fornecedores, dropshippers e indústrias, o frete FOB pode oferecer mais flexibilidade e controle sobre o processo de entrega. Nessa modalidade, o comprador é quem paga pelo envio e pelo seguro da mercadoria, sendo o pagamento efetivado, na maioria das vezes, após o recebimento do produto. Esse tipo de cliente, além de ter conhecimento sobre os trâmites de transporte, também costuma ter parcerias com as transportadoras de sua preferência, beneficiando-se, assim, da maior flexibilidade na entrega. No FOB, a cobrança não está inclusa no preço do produto, e o valor não é especificado na nota fiscal.
Independentemente da modalidade escolhida, é essencial garantir uma experiência de compra memorável para os clientes. O uso de tecnologias avançadas, como rastreamento em tempo real e notificações proativas, pode melhorar a transparência e a comunicação durante o processo de entrega, contribuindo para a satisfação do consumidor e o sucesso do negócio.
Kelly Carvalho, assessora técnica da FecomercioSP
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